As transformações internas desencadeiam eventos externos e, por sua vez, os eventos estimulam mudanças internas. É difícil afirmar, por exemplo, se um romance provocou uma explosão criativa e uma nova perspectiva artística, ou se a nova maneira de contemplar a vida com criatividade foi responsável pelo novo romance. Da mesma forma, é difícil dizer se o fracasso em um novo empreendimento provoca amargura e suspeita em relação aos outros, ou se a suspeita e a desconfiança precipitam o fracasso do empreendimento. Assim, o Tarô descreve tanto o momento interior em uma determinada fase da vida quanto o tipo de experiência que você pode encontrar no plano externo. Os planos interno e externo estão sempre interligados, pois você está exatamente no centro deles. Como Carl Jung escreveu uma vez, a vida de uma pessoa é a própria característica dela. A arte da adivinhação e a compreensão psicológica estão intimamente ligadas às figuras dos Arcanos do Tarô, pois o que acontece externamente está conectado ao que ocorre internamente. O mistério de por que uma carta do Tarô aparece em um determinado jogo, aparentemente por acaso, é relevante não apenas em termos das condições psicológicas, mas também do estado de espírito. Esse fato é simplesmente inexplicável em termos comuns. É exatamente por isso que muitas pessoas têm medo das cartas e acreditam que o Tarô possui poderes sobrenaturais e mágicos. Na realidade, as cartas não representam nada além da psique humana, que contém profundidades sobre as quais temos pouco conhecimento e que parecem estar conectadas ao mundo externo por meio de algum significado. A pergunta "o que isso tem a ver comigo?" pode ajudá-lo a entender melhor uma determinada situação e a responder a ela de maneira mais coerente, uma vez que a experiência deixa de ser considerada uma coincidência ou mero acaso. É o momento em que você consegue enxergar os traços de sua personalidade em tudo o que lhe acontece.