O Tarô é um baralho de cartas misterioso de origem desconhecida. Tendo, pelo menos, seis séculos de existência, é o antepassado direto das nossas modernas cartas de jogar. No correr das gerações, as figuras pintadas nessas cartas desfrutaram de muitas encarnações. Testemunho da vitalidade e da sabedoria do antigo Taro é o fato de que, embora tenha gerado um filho tão ativo quanto as cartas de jogar que usamos hoje em dia, o baralho-mãe não se aposentou. Na Europa Central, as estranhas cartas do Taro têm permanecido em uso constante em jogos e na cartomancia. Agora, na América, o Tarô veio repentinamente à tona da consciência pública. Como as figuras enigmáticas que surgem de repente, inesperadamente, em nossos sonhos, os personagens do Tarô parecem estar gritando para nos chamar a atenção. Erupções dramáticas desse gênero usualmente significam que aspectos negligenciados de nós mesmos buscam reconhecimento. Como as figuras dos nossos sonhos, sem dúvida, as personalidades do Tarô introduziram-se em nossa auto-satisfação a fim de trazer-nos mensagens de grande importância; mas o homem moderno, imerso como está numa cultura verbal, acha a linguagem pictórica não-verbal do Tarô difícil de decifrar.
Uma viagem pelas cartas do Tarô, primeiro que tudo, é uma viagem às nossas próprias profundezas. O que quer que encontremos ao longo do caminho é, no fundo, um aspecto do nosso mais profundo e elevado eu. Pois as cartas do Tarô, que nasceram num tempo em que o misterioso e o irracional tinham mais realidade do que hoje, trazem-nos uma ponte efetiva para a sabedoria ancestral do nosso eu mais íntimo. E uma nova sabedoria é a grande necessidade do nosso tempo - sabedoria para resolver nossos problemas pessoais e sabedoria para encontrar respostas criativas às perguntas universais que a todos nos confrontam.