A ideia de tempo é toda baseada na percepção. As qualidades de paciência e impaciência provêm da espécie de "Agora" que um indivíduo vê. Surge, então, a pergunta: Qual conceito de "Agora" é mais importante? E essa pergunta torna-se particularmente importante para o indivíduo que é capaz de ver todos esses diferentes "Agoras" ao mesmo tempo. Curiosamente, parece haver um modelo muito bem definido de como esses "Agoras" trabalham. Inúmeros gurus tiraram muitos anos de suas vidas para cumprir seu Carma de uma encarnação passada antes de se decidirem por qualquer missão que deveriam realizar na vida presente. No outro extremo do espectro está o indivíduo que nem mesmo está consciente de que existem as encarnações passadas, muito menos de que elas podem ter influência na vida presente. Fale um pouco com ele. Observe sua vida e você perceberá que, por momentos, dias, ou mesmo anos a fio, existem partes dele que parecem estar "fora para almoço". Ele não está inteiro aqui, mas, certamente, forças cuja existência ele nega o estão puxando para épocas e lugares do seu passado. Quanto mais isso acontece, mais ele perde seu senso de presença no momento do "Agora".
Um indivíduo pode viver além de seus meios ou dentro deles. Mas, a menos que saiba quais são seus meios, ele na verdade não tem um ponto de referência a partir do qual saiba quando está fazendo o quê. Uma vez que os meios têm muito a ver com os fins, um indivíduo precisa conhecer seus fins se quiser que seus meios os encontrem. Mas aqui, também, o homem se confunde. Alguns fins são metas que levam a vida inteira para serem atingidas. Alguns são momentos efêmeros cujas recompensas são menos gratificantes. E alguns vêm de motivações iniciadas em vidas anteriores. Assim, quando falamos sobre metas, meios e fins somos novamente confrontados com o conceito de percepção de tempo do homem. Existe um grande segredo com respeito ao tempo que a maioria da raça humana não tem consciência. Geralmente pensa-se no tempo como uma dimensão linear movendo-se progressivamente para a frente, como uma linha reta indo da esquerda para a direita, ou para qualquer direção que se possa escolher. Ela avança por minutos, horas, dias, semanas e séculos, cronologicamente, parecendo se mover numa única direção. A direção é o que dá ao homem um senso de proporção. É interessante notar aqui que o indivíduo sem propósito ou direção parece ter todo o tempo do mundo, enquanto aquele com muito propósito e direção parece não ter tempo algum. Qual é, então, a diferença entre todo o tempo e tempo algum? Martin Schulman