As crianças são fundamentalmente elas mesmas desde o início. Essa‚ uma das compreensões que a astrologia nos dá. O estudo da astrologia revela que o que nós chamamos de personalidade é, de fato, um padrão exclusivo de tendências com o qual cada um de nós nasce. Os símbolos astrológicos de forma alguma prescrevem o comportamento: na verdade, eles o descrevem. O recém-nascido pode ser comparado a uma semente que carrega em si seus traços futuros e onde o programa para grande parte de seu desenvolvimento está codificado. Esse organismo em florescimento pode ser exposto a condições favoráveis ou adversas, e estas também influenciarão seu desenvolvimento. Mas o que lhe confere individualidade‚ algo que já nasceu com ele e desabrocha com o tempo. A astrologia pode nos ajudar a perceber com clareza nossos filhos como eles são e a reconhecer o direito de serem assim. Aceitando podemos de fato começar a respeitar suas diferenças -tanto entre si como em relação a nós, os pais. Não vamos tentar fazer com que eles se tornem diferentes do que são, nem nos decepcionar seriamente com a maneira singular deles lidarem com as coisas.
Ironicamente, quanto melhor aceitarmos nossos filhos como são, mais seremos capazes de orientá-los para que se expressem de uma forma mais conveniente, pois nosso conhecimento nos ajudará a criar melhores condições para o crescimento deles, como também descobrir técnicas mais eficazes para cortar seus excessos. E, acima de tudo, nossa aceitação e tolerância para com eles, mais até que nosso laço afetivo natural proporcionarão a base para que possam ser tolerantes consigo mesmos e se tornar os jardineiros solícitos e conscientes da próxima semeadura. A objetividade que a astrologia oferece também pode ajudar os pais a se libertarem de boa parte da ansiedade que sentem em relação aos filhos. Quanto menos tivermos identificação pessoal com o modo como nossos filhos se comportam, mais seremos capazes de manter a calma e, consequentemente, ter paciência com eles. Mas quando formos levados além de nossos limites, nossa autoconfiança como pais habilidosos deve permanecer intacta, pois temos de entender que somos apenas os guardiões dessas criaturas em desenvolvimento e não os deuses e deusas com quem às vezes somos confundidos. Se pudermos ter expectativas realísticas em relação a nossos filhos, o prazer que eles podem nos proporcionar irá crescer à medida que os observarmos utilizando a melhor maneira possível seus talentos e habilidades. As preocupações concernentes à rapidez de desenvolvimento ou às comparações com filhos de amigos deverão desaparecer a partir do momento em que valorizarmos esses indivíduos pelo que eles próprios podem oferecer. E, talvez sob um aspecto mais prático, já que o fato de reconhecermos de modo adequado às necessidades individuais de nossos filhos nos levará a métodos mais apropriados para lidar com eles, finalmente deixaremos de lutar por causas perdidas, algo tão desestimulante, tomando a vida mais fácil e gratificante para todos. (Dodie e Allan Edmands)